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ESTUDO MOSTRA QUE MICROBIOTA INTESTINAL PODERÁ PREVER AUTISMO EM CRIANÇAS



"De acordo com dados publicados pelo jornal científico oficial da British Society of Gastroenterology e publicado pela BMJ, novos marcadores bacterianos previram transtorno do espectro autista em crianças e mostraram subdesenvolvimento persistente da microbiota intestinal entre essas crianças. "

O jornal científico da Sociedade Britânica de Gastroenterologia, Gut (fator de impacto 23.05), publicou em Agosto de 2021 uma pesquisa reveladora sobre Autismo e Microbiota Intestinal


Disponibilizado por um dos braços científicos do British Medical Journal, uma das revistas científicas de maior prestígio no mundo, o estudo apresentou novos marcadores bacterianos que previram o transtorno do espectro autista em crianças e mostraram um subdesenvolvimento persistente da microbiota intestinal entre essas crianças.


“Foi sugerido que a microbiota intestinal desempenha um papel no transtorno do espectro autista (TEA). Postulamos que crianças com TEA possuem um perfil de desenvolvimento alterado da microbiota intestinal distinto daquele de crianças com desenvolvimento típico (DT) ”, revela Yating Wan, PhD, do Centro de Pesquisa da Microbiota Intestinal, Faculdade de Medicina, Universidade Chinesa de Hong Kong, na China, em entrevista concedida ao jornal Haelio Gastroenterology. “Aqui, nosso objetivo foi caracterizar alterações composicionais e funcionais da microbiota intestinal em associação com a idade em crianças com TEA e identificar novos marcadores bacterianos fecais capazes de predizer o TEA.”

Os pesquisadores conduziram sequenciamento metagenômico profundo em amostras fecais de 146 crianças chinesas, 72 com transtorno do espectro autista e 74 crianças com desenvolvimento típico. Os pesquisadores compararam a composição e funções microbianas intestinais entre crianças com transtorno do espectro autista e crianças com desenvolvimento típico. Eles identificaram marcadores de bactérias candidatas que foram validadas com a análise metagenômica. Os investigadores usaram um modelo de floresta aleatório para analisar o desenvolvimento da microbiota intestinal em relação à idade cronológica.


“O TEA e a idade cronológica tiveram os maiores e mais significativos impactos na microbiota fecal das crianças, enquanto a dieta não mostrou correlação”, escreveram os pesquisadores. “Crianças com TEA tiveram alterações significativas na composição da microbiota fecal em comparação com crianças DT caracterizadas por maior riqueza bacteriana ( P = 0,021) e composição alterada da microbiota ( P <0,05).”


De acordo com Wan e colegas, haviam cinco espécies bacterianas identificadas para diferenciar micróbios intestinais entre crianças com transtorno do espectro autista e crianças com desenvolvimento típico.


“Múltiplas vias relacionadas à biossíntese de neurotransmissores na microbiota intestinal estavam anuladas em crianças com TEA em comparação com crianças com DT ( P <0,05)”, escreveram os pesquisadores.


Wan e seus colegas descobriram que crianças com transtorno do espectro autista em todas as idades iniciais perderam a dinâmica de desenvolvimento das bactérias intestinais associadas ao crescimento, vistas em crianças com desenvolvimento típico.

| A equipe da Universidade Chinesa, FOTO: South China Morning Post


Enquanto eu lia este estudo na íntegra e cruzava informações com outros estudos já publicados, me deparei com a mencionada reportagem da Haelio Gastroenterology onde a nutricionista e pesquisadora do departamento de Gastroenterologia e Nutrição da Cleveland Clinic, Gail Cresci, que é PhD em Ciência Biomédica, Bioquímica e Biologia Molecular, fez uma excelente matéria sobre este estudo que foi a seguinte:


"Este é um estudo de descoberta interessante conduzido em uma coorte clínica de crianças chinesas com transtorno do espectro autista e aquelas em desenvolvimento típico. Embora já saibamos que a microbiota intestinal está alterada no transtorno do espectro autista, este estudo deu o próximo passo com um mergulho mais profundo na microbiota para caracterizar sua composição e função e associá-la à idade das crianças.


A maior parte da colonização inicial do intestino do bebê ocorre durante o processo de parto, seguido pela alimentação do bebê. Numerosos estudos demonstraram que a dieta é um fator determinante da composição e função da microbiota intestinal. Após o nascimento, a microbiota intestinal se desenvolve junto com a criança, atingindo uma composição semelhante à encontrada em um adulto com 2 a 3 anos de idade.


Empregando uma modelagem rigorosa para o desenvolvimento da microbiota da comunidade total em relação à idade cronológica, as crianças com autismo demonstraram interrupções nos táxons ligadas ao envelhecimento saudável da microbiota intestinal no início da vida. Uma microbiota saudável gera subprodutos importantes para o hospedeiro, como vitaminas, enzimas, ácidos graxos de cadeia curta e neurotransmissores. Curiosamente, olhando além da composição da microbiota e em sua função, neste estudo, crianças com autismo exibiram alterações nas vias relacionadas à biossíntese de neurotransmissores em comparação com aquelas com desenvolvimento normal.


A cada dia aumenta o interesse das pesquisas sobre o papel da microbiota intestinal na sinalização para o cérebro como um meio de regular muitas funções e comportamentos neurológicos.


Assim, esses dados sugerem que é lógico explorar essas vias alteradas de biossíntese de neurotransmissores microbianos do intestino como um meio de descoberta de potenciais terapêuticos que podem intervir no início da vida para prevenir ou controlar o transtorno do espectro autista"


Sds,

Dra Tielle Machado

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📚 REFERÊNCIAS:


Wan Y, Zuo T, Xu Z, et al. Gut - Underdevelopment of the gut microbiota and bacteria species as non-invasive markers of prediction in children with autism spectrum disorder. Received 5 January 2021 Accepted 20 June 2021 doi:10.1136/ gutjnl-2020-324015



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