METANÁLISE MAIS UMA VEZ CONFIRMA A RELAÇÃO ENTRE AUTISMO E MICROBIOTA INTESTINAL
"Pesquisadores identificam diferenças significativas na microbiota de indivíduos autistas, evidenciam a associação entre o TEA e alteração da microbiota e reforçam a importância das pesquisas para um preciso tratamento microbiológico no TEA."
Mais uma MT relacionando microbiota e os sintomas de autismo. Esse estudo recente reforça a importância de se considerar o tratamento do intestino para diminuir a severidade dos sintomas de autismo, influenciando no desenvolvimento de comportamentos emocionais e também na produção de neurotransmissores, ampliando a ação do eixo cérebro-intestino.
Alguns estudos apontam o uso de probióticos como estratégia para a alteração e equilíbrio da microbiota intestinal, como tratamento auxiliar para indução de integridade da barreira intestinal e diminuição da resposta imunológica.
A relação da disbiose com a alteração do comportamento pode ser mediada por diversos fatores:
- Quebra da integridade da mucosa intestinal
- Produção de toxinas
- Resposta imunológica
- Disfunção metabólica e exposição do intestino à toxinas de bactérias patogênicas
As principais alterações encontradas na metanálise foram:
1- Diminuição de Bacteroides (bactérias que possuem ação antiinflamatória)
2- Diminuição de Bifidobacterium, uma das principais bactérias do intestino grosso e a deficiência está relacionada a diversas doenças,quanto MENOS BIFIDOBACTERIUM MAIS ALERGIAS, por exemplo. DIMINUI A PROTEÇÃO DA MUCOSA, e a biodisponibilidade de ácidos graxos de cadeia curta, aumentando a permeabilidade intestinal.
3- Aumento de Faecalibacterium, bactéria relacionada à disbiose intestinal e à DISFUNÇÃO IMUNOLÓGICA
4- Aumento discreto de Ruminococcus e Clostridium bactérias relacionadas à distúrbios intestinais, inflamação e produção de neurotoxinas
5- Diminuição de Akkermansia, que produzem polifenóis que atuam como probióticos para a microbiota, produzem ácidos que impedem que outras bactérias patogênicas crescem, como Clostridium. E tem ação ANTI-INFLAMATÓRIA, e a DEFICIÊNCIA está relacionada com o aumento da permeabilidade intestinal, e o link com os sintomas neurológicos
O estudo levantou uma questão interessante:
Não há diferença em si nas espécies de bactérias nas pessoas autistas e no grupo controle, ou seja: não existe, de acordo com o estudo, um “perfil de microbiota no autismo”, mas eles conseguiram demonstrar que a QUANTIDADE de bactérias “boas” ERA MENOR, e bactérias patogênicas ERA MAIOR, ou seja com uma pré-disposição à disbiose, atividade inflamatória, produção de toxinas.
A MT ainda reforça que os sintomas severos no autismo estão relacionados também à severidade dos sintomas no trato gastrointestinal, e mais de 50% desses sintomas estão relacionados à disbiose.
Os sintomas gastrointestinais podem estar relacionados à existência concomitante da seletividade alimentar, já que os padrões dietéticos frequentemente associados ao TEA envolvem uma alta ingestão (infelizmente estimulado por alguns profissionais) de alimentos processados e falta de frutas e vegetais contendo fibras.
Refluxo gastroesofágico, gastroenterite, alergias alimentares e doença inflamatória intestinal também são mais comuns em crianças com TEA, provavelmente contribuindo para o desenvolvimento de sintomas gastrointestinais, e relacionados com a disbiose intestinal.
Como se trata o intestino?
Com ABA que não é, e a MT reforça que precisa-se estudar mais a microbiota na pessoa autista e que tais estudos poderiam potencialmente guiar a implementação de intervenções dietéticas / probióticas com impacto na microbiota intestinal em pacientes com TEA.
Sds,
Dra Tielle Machado
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📚 REFERÊNCIAS:
Xu M, Xu X, Li J and Li F (2019) Association Between Gut Microbiotaand Autism Spectrum Disorder: A Systematic Review and Meta-Analysis. Front. Psychiatry 10:473. doi: 10.3389/fpsyt.2019.00473
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