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O SÉRIO PROBLEMA DA POLIMEDICAÇÃO NO AUTISMO



"Pesquisa indica que a grande maioria das crianças autistas estão sendo tratadas com medicações psicotrópicas apesar da falta de evidência do que esses medicamentos realmente fazem"


O número crescente de crianças sendo diagnosticadas autistas é preocupante, os impactos na saúde e qualidade de vida dessas pessoas e suas famílias são imensuráveis. A população autista tem o maior risco de entrar logo cedo no ciclo vicioso de medicações. Em um estudo publicado pela revista científica Pediatrics, o jornal oficial da Academia Americana de Pediatria, aborda exatamente esse assunto: O USO ABUSIVO DE MEDICAÇÕES: Psychotropic Medication Use and Polypharmacy in Children With Autism Spectrum Disorders (Medicações Psicotrópicas e Polimedicação em crianças com o Transtorno do Espectro Autista), Este estudo identificou que grande parte das crianças autistas (foram incluídas no estudo 33.565 crianças) 64% utilizam pelo menos 1 medicação psicotrópica, 35% usa 2 ou mais medicações e 15% usa 3 ou mais medicações ao mesmo tempo. A maior parte das medicações são os antipsicóticos (como a risperidona), ansiolíticos, estabilizadores do humor (alguns usados até em “off-label”), estimulantes, antidepressivos. E o início dessa polimedicação se inicia antes dos 5 anos de idade. Lembrando que as duas medicações aprovadas para a prescrição no TEA são a risperidona e o aripiprazol, respeitando a indicação de acordo com a idade (acima de 5 anos) e a presença de sintomas de irritabilidade e agressão.

A grande preocupação, de acordo com o estudo (e minha como médica e mãe), é que a maior parte dos especialistas não sabem como as medicações funcionam, e não há estudos com evidências para a segurança e eficácia desses medicamentos. E outra preocupação, que o próprio estudo alerta: existem cada vez menos pesquisas sendo feitas para identificar os efeitos colaterais com o uso desses medicamentos a longo prazo. Os medicamentos psicotrópicos não são bem estudados em crianças, ainda mais a combinação entre eles. É fato que muitas crianças vão precisar de medicamentos, comorbidades associadas podem ser tão graves que podem impedir de ter uma vida no mínimo digna. O que preocupa é que mesmo nesses casos mais graves essas comorbidades tendem a ser “tratadas” com medicamentos direcionados para cada sintoma, sem se almejar outras possibilidades para esses mesmos sintomas, como no caso de distúrbios metabólicos, erros do metabolismo, questões nutricionais, imunológicas e alérgicas. Sem se considerar se essas comorbidades podem ter relação com outras grandes síndromes que acabam por agravar o autismo em si. E isso não seria efetivamente tratado com medicamentos psiquiátricos. Essas possibilidades de tratamento não medicamentoso em que se inclui a intervenção precoce com terapia podem ser muito caras o que pode acabar levando muitas crianças para a medicação. Daí a importância de buscar soluções públicas para o tratamento adequado dessas crianças sem se “passar pano” nos sintomas somente com medicação. E mais: quando se abre o leque de possibilidades, como o que buscamos no “tratamento biomédico” a intervenção nutricional, o tratamento efetivo das causas subjacentes coloca-se o nutricionista como parte integrante dessa equipe multidisciplinar para o tratamento integral e HUMANO do autismo. Mas enquanto muitos ainda se fecharem para isso, ainda será escasso o atendimento na rede privada e quase que inexistente na rede pública. Os pais amam seus filhos, eles são tudo para nós, queremos o melhor para eles agora e no futuro, e entender o que pode ser feito antes do uso dos medicamentos é essencial.


Sds,

Dra Tielle Machado


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📚 REFERÊNCIAS:

Psychotropic medication use and polypharmacy in children with autism spectrum disorders. Pediatrics . 2013 Nov;132(5):833-40. doi: 10.1542/peds.2012-3774





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